Um total de 9.360 venezuelanos retornaram ao país com o plano Volta à Pátria que promove o governo da Venezuela: 76% voltaram pela via terrestre e 24% pela via aérea.
[Juliette Robichez*] O Brasil pode se orgulhar de ser um novo polo atrativo para os migrantes do mundo inteiro. Com efeito, por se tornar, em tempo recorde - de 1988, data de adoção da Constituição Federal cidadã, até 2015, fim dos governos liderados pelo Partido dos Trabalhadores que metamorfosearam o país -, uma jovem democracia admirada no mundo inteiro, que conheceu uma estabilidade política excepcional, e por ter sido hasteada como uma das maiores economias do mundo neste mesmo período (passou da 13° posição em 2002 à 7° em 2013 no PIB Ranking Global segundo o Banco Mundial e a UN Global Data Bank), o país conheceu esse fenômeno novo na sua história contemporânea. Atraiu ondas de migrantes europeus fugindo a Espanha ou o Portugal enfrentando as dificuldades econômicas provocadas pela crise norte-americana do sub-prime de 2008, de deslocados forçados em razão de catástrofes naturais como o terremoto de 2010 que afligiu duramente o Haiti, ou da guerra que assola a Síria desde 2011 e, finalmente, de refugiados oriundos da Venezuela, país vizinho que sofre atualmente de uma hiperinflação e do crescimento da violência. A entrada inesperada dessas pessoas no território, leva legitimamente à tona a questão dos impactos da migração na economia do país.
Em 3 de março, o Diário Liberdade publicou uma matéria em que afirmava que a Venezuela recebeu mais migrantes brasileiros do que o Brasil havia recebido venezuelanos no ano de 2017. Entretanto, como alguns leitores observaram, houve uma confusão nos dados.
Com uma magnificação sobre a migração de venezuelanos, além de uma campanha de xenofobia, presidentes de direita da região e porta-vozes da oposição venezuelana aumentaram seus ataques contra a Venezuela e o governo bolivariano que lidera o chefe de Estado, Nicolás Maduro.
[Cheikh Faye] O primeiro que sentimos é medo. Nunha situación como a que acaban de vivir inmigrantes sen papeis en Ourense parece lóxico.
Por si só o pesadelo de imigrar é terrível a ponto de encaixar o indivíduo vítima de tráfico para exploração sexual, laboral e tráfico de órgãos; de homens, mulheres e crianças, sendo as mulheres e as crianças os mais vulneráveis. Sem deixar de mencionar a comunidade LGBTI que, além de ser discriminada, sofre um abuso maior devido à homofobia e patriarcado.
Por Ilka Oliva Corado
Tradução de Raphael Sanz
“Vamos te entregar mas se algo sai errado te matamos”, me disse o coyote apontando-me uma pistola na têmpora.
Por Ilka Oliva Corado
Tradução de Raphael Sanz
Muitos do grupo vomitaram o pouco de soro que haviam bebido quando viram os restos em estado de decomposição. Outros rezavam e para eles o homem da bíblia lia salmos. Havíamos caminhado o dobro de quilômetros desde que chegamos na linha divisória. Três do grupo desmaiaram por insolação, o que nos obrigou a descansar mais tempo até que se recuperassem. Alguns queriam ficar ali mesmo porque já se consideravam mortos e como acontece sempre e em todos os tempos havidos e por haver somos as mulheres as encarregadas de subir o moral dos homens entregues que a adversidade quebra o espírito; nós que de sexo frágil não temos nada, nem a sombra.
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