[Rafael Dantas] Não é novidade que a burguesia criou um cordão sanitário em torno do ex-presidente Lula. Depois de transformá-lo em preso político na República de Curitiba há mais de 120 dias, os golpistas vêm trabalhando intensamente para cassar o direito do ex-presidente concorrer nas eleições. Querem tirar seu nome das urnas a todo custo.
Enquanto a imprensa capitalista e os partidos golpistas fazem enorme esforço para apresentar um suposto clima de normalidade no País, a situação se agrava e se deteriora a uma velocidade sem paralelos para milhões de explorados brasileiros, por conta da crise capitalista e da política do regime golpista diante dela: sacrificar os mais elementares direitos e as limitadas condições de vida de milhões para satisfazer o voraz apetite de grandes monopólios estrangeiros e “nacionais”.
[João Jorge Pimenta] Para os mais leigos da política, o processo político é quase que exclusivamente a política eleitoral. Na verdade as eleições são apenas uma versão distorcida da política real, a luta de classes, da luta política travada no dia a dia, e uma distorção que nunca favorece os trabalhadores.
[Eduardo Vasco] A luta pela liberdade de Lula é a única neste momento que aglutina toda a classe trabalhadora, todos os explorados e oprimidos, todas as massas populares do Brasil. É a única luta com o potencial de se transformar em um levante popular. A única fonte de radicalização do movimento operário e camponês.
Lula está preso a 120 dias. Sua prisão política, passando por cima de todos os direitos democráticos mais elementares do cidadão, abre o caminho para um ataque generalizado contra todo o povo e as organizações populares.
[Gibran Jordão] As centrais sindicais oficialmente estão convocando mobilizações em todo o País para o dia 10 de agosto. Os principais fóruns do funcionalismo federal – FONASEFE e FONACATE – aderiram ao chamado. Reuniões nos estados começam a acontecer para organizar os primeiros passos para as mobilizações e o movimento começa a ganhar corpo. Há avanços em alguns setores, há atrasos em outros, mas a tarefa imediata tem que ser acelerar os preparativos. É preciso colocar tudo pra funcionar e as centrais sindicais precisam dar o exemplo e mobilizar de verdade para as atividades que estão sendo programadas e que envolve paralisações e manifestações de rua. A convocação não pode ser formal. Precisamos retomar as mobilizações contra Temer e suas reformas imediatamente.
[Juliano Lopes] Nesta e na semana passada estão acontecendo as convenções partidárias para a escolha de candidatos para as eleições de 2018. O mais incrível é que quase ninguém menciona o fato mais grave desta eleição: a pessoa que tem mais votos no Brasil todo está presa.
Uma das principais decisões da combativa Conferência Nacional de Luta Aberta de Luta Contra o Golpe, realizada nos dias 21 e 22 passados, em São Paulo, foi a de realizar uma grande mobilização contra o golpe e pelo registro da candidatura de Lula, no próximo 15 de agosto, data em que o Partido dos Trabalhadores decidiu protocolar o pedido de registro da candidatura presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a participação de mais de mil ativistas, de todas as regiões do País, a Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe, realizada no último fim de semana, na Quadra dos Bancários, em São Paulo, foi um enorme sucesso político e organizativo.
A ação ilegal realizada pelo juiz fascista Sérgio Moro, pela Polícia Federal e pelo TRF-4 (obviamente, apoiada pelos donos do golpe) para impedir o cumprimento da liminar que colocaria em liberdade (ainda que provisoriamente) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evidencia uma vez mais a enorme crise interna da burguesia e, como parte desta, a divisão no interior do judiciário que, atinge desde as instâncias inferiores e intermediárias (como é o caso do TRF-4) até o Supremo Tribunal Federal (STF).
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