[Boulevard Voltaire, Tradução do Coletivo Vila Vudu] Hollywood está em surto, tomada pelas paixões, depois da eleição surpresa de Donald Trump. O mundo superficial dos vestidos 'de griffe' e dos risos gravados para repetição infindável divide-se hoje entre prostração e histeria, como o demonstram as reações de algumas 'estrela' que apoiaram apaixonadamente a candidata do Partido Democrata. Celebridades como Michelle Rodríguez, Snoop Dogg e Lady Gaga montaram ao palco para denunciar o resultado da eleição.
[Alcídio do Rosário Alberto Bombi - Maputo (Moçambique)] O mundo ainda encontra-se em choque, depois da surpreendente eleição de Donald Trump como o próximo inquilino da Casa Branca.
[Célso A. Cáccamo] Quando chegaram as primeiras notícias de que as explosões das Torres Gémeas foram causadas por aviões kamikazes, escutei duma pessoa hipercrítica com o mundo inteiro: “Claro. Os aviões são as bombas dos pobres”. Os “pobres” que planificaram e financiaram o massacre resultaram ser petromonarquias árabes, não palestinianos desapossados. Naquele 11/9 escutaram-se também vozes clarividentes de que o atentado era predizível, que “se via vir”. Com a vitória do machista, classista e racista Donald Trump para a presidência dos EUA, confirmada num inverso 9/11, observam-se respostas semelhantes que, com tal de criticar a assassina Clinton — que é amiúde chamada Killary por Hillary — trivializam as implicações da vitória do republicano, a quem apresentam pouco menos que um palhaço populista mas que, no fundo, diz verdades necessárias. Pablo Iglesias opina num artigo em Público (09/11/2016) que o populismo é de facto um “momento político” “Trump y el momento populista”), e do qual pode haver versões de “esquerdas” e de “direitas”; e Errejón “teoriza” em LaSexta em 09/11/2016 que Espanha, porém, está vacinada contra o populismo de ultradireita porque viveu o (glorioso) 15-M que teria feito nascer Podemos. Bom, além de ignorar que na Espanha a ultradireita já está no poder (o qual é grave), Errejón talvez esqueça que EUA viveu o enorme movimento Occupy, que deveria ter vacinado contra a vitória do populismo de Trump. (Ou — dentro dessa lógica — que o teria nutrido, como o 15-M a Podemos?).
[Russiepolitics; Tradução do Coletivo Vila Vudu] "Em resumo, a Europa acorda com medo: perdeu o hábito de se autogovernar e os atuais governantes sequer são capazes de governar alguma coisa. Alemanha começa a compreender a amplidão da mudança que pode acontecer e entra em pânico; a ministra da Defesa, totalmente histérica, praticamente insulta o novo presidente dos EUA, pela mídia."
O The New York Times tem uma página interativa muito interessante, onde podemos consultar a distribuição de votos nas eleições presidenciais por diferentes segmentos (sexo, raça, renda, idade, grau de escolaridade, etc), e ainda comparar essas distribuições entre diferentes eleições (comparar 2016 com 2012 ou 2008, por exemplo). Uma informação importante que podemos extrair daí é, por exemplo, que, embora Clinton tenha tido a maioria dos votos negros, latinos e jovens, não o conseguiu na mesma proporção que Obama em 2012. Mesmo entre as mulheres, Hillary perdeu 1% em relação a Obama. Já Trump, apesar de todo seu discurso impregnado de racismo e machismo, conseguiu ampliar o voto republicano nos segmentos negro e latino, manteve no segmento jovem e perdeu muito pouco no segmento feminino.
[Rafael Silva; Laboratório Filosófico] Donald Trump presidente dos Estados Unidos é um trauma político inclusive para os seus próprios eleitores, pois o bilionário venceu não por conta de virtude política alguma, mas, ao contrário, justamente pelo seu despotismo escancarado. A defesa pública e violenta da superioridade branca, masculina, heterossexual e aristocrata baseada apenas na opinião contingente do próprio Trump é o que senão a reencarnação à la americana do despótes? A melhor coisa a ser feita a partir do resultado das eleições norte-americanas, e talvez a única, é entender por que a nudez do déspota venceu a fantasia do político.
[Rodrigo Barradas] Donald Trump, o caricato e excêntrico bilionário estadunidense acaba de ser eleito presidente. A sua vitória soa como um filme de um palhaço macabro rindo em looping eterno, num drive-in de um estacionamento no Circo dos Horrores do que se tornou ou o que sempre foi o Freak Show de nossa sociedade. Ou da deles. Aliás, da de todos nós.
[Zhu Dongyang, tradução do Coletivo Vila Vudu] PEQUIM – Nessa 3ª-feira, eleitores norte-americanos, por todo o país, tomam o rumo das cabines eleitorais para eleger novo presidente, frustrados por se verem presos entre os dois candidatos talvez mais unanimemente indesejáveis de toda a história da política eleitoral nos EUA, e postos diante de futuro incerto.
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