É o que denuncia o Partido Socialista Romeno, que afirma que as medidas recentes adotadas pelo governo afetam principalmente os grandes capitalistas estrangeiros.
Isso porque o decreto (que foi revogado no domingo) que anistiava acusados de corrupção não foi a única medida de impacto anunciada pelo governo romeno.
As grandes empresas terão de pagar mais impostos devido ao aumento salarial que deverão receber os trabalhadores. Também serão descontados dos ganhos dos altos cargos das companhias os impostos relativos à aposentadoria e ao sistema sanitário, o que só ocorria com quem ganhava até cinco salários mínimos – quem ganhava mais do que isso era isento desses impostos.
O imposto para empresas com altos lucros ainda será aumentado de 5% para 16%.
Além disso, foram implementadas medidas para apoiar o desenvolvimento de empresas nacionais, o que fere os interesses das grandes companhias estrangeiras que atuam no país.
A organização socialista ainda denuncia o papel nas recentes manifestações de instituições europeias e embaixadas estrangeiras, as quais estão interessadas em “se apropriar de parte da riqueza de todos os romenos”.
A União Europeia pressionou na semana passada o governo da Romênia a não adotar as medidas que beneficiariam a corrupção. Do mesmo modo, a entidade também vem pressionando nos últimos anos o combate das autoridades a ações de má conduta.
“Consequentemente, sendo bem conhecido que, em geral, os benefícios das multinacionais se traduzem em perdas de seus empregados e, de forma indireta, da maioria dos romenos, pois seus lucros são transferidos desavergonhadamente a seus países de origem ou paraísos fiscais, o PSR insiste em que os manifestantes devem assumir o risco de descobrir que, cedo ou tarde, o suposto êxito dos protestos vai se voltar contra eles”, alerta o partido.