[Israel Souza*] O cenário de crise econômico-política que atravessamos é marcado no Brasil, sobremodo, pela disputa entre dois grandes grupos políticos e suas respectivas concepções, a saber, o petismo e o antipetismo. Cada um, a seu modo e em contraposição ao outro, se apresenta como saída para a atual crise.
Segundo o sociólogo Emir Sader, o golpe judiciário-parlamentar-midiático ocorrido em agosto de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, transformou o sistema brasileiro em um “regime de exceção”.
Vivemos uma conjuntura catastrófica: mais de 22 milhões de trabalhadores estão desempregados; 6,2 milhões de famílias sofrem com um gigantesco déficit habitacional; serviços públicos se deterioram a olhos vistos e os salários são desvalorizados de forma acelerada, sendo que, para muitos, já nem têm mais data certa para serem pagos; nossa jornada de trabalho é cada vez mais extensa e intensa; assistimos à proliferação das terceirizações e os mais variados tipos de precarização e, como se isso não bastasse, temos sido forçados a conviver com um governo federal ilegítimo, fruto de uma operação institucional golpista.
[André Antunes] Reforma trabalhista apresentada por Temer em dezembro altera CLT,dá força de lei aos acordos coletivos concretiza reivindicações históricas do empresariado nacional. Centrais sindicais divergem sobre os impactos para os trabalhadores.
[Sandro Ari Andrade de Miranda] Durante muito tempo Maquiavel foi desconsiderado pela teoria política. Chegou a ter a sua obra queimada pela Inquisição, sendo tratado como um mero interesseiro, preocupado em garantir a proteção de nobres e a sua sustentação pessoal. Diga-se de passagem, muitas pessoas resumem o trabalho do autor florentino a apenas um de seus livros, “O Príncipe” (De Principatibus), dedicado à Lourenço de Médici (Lourenço II), onde é apresentado um manual prático de ação. Contudo, ao contrário do que muitos pensam, Nicolau Maquiavel sempre foi republicano, o que está evidente na sua maior obra, “Comentários sobre a Primeira Década de Governo de Tito Lívio”.
Medida pode prejudicar idosos pobres e pessoas com deficiência, que recebiam auxílio de um salário mínimo mensalmente.
[Andrew Korybko, Moscou; Tradução do Coletivo Vila Vudu] Michel Temer e sua gangue de usurpadores tentam meter goela abaixo do Parlamento uma lei sem precedentes do mundo, depois de um bem-sucedido 'golpe parlamentar' contra Dilma Rousseff. Essas medidas reacionárias visam a congelar por 20 anos o gasto federal, que só poderá aumentar o equivalente à inflação do ano anterior. Apoiadores da 'ideia' dizem que seria medida necessária, que deveria já estar implantada, para sanar o déficit do Brasil em conta corrente. Os opositores repetem que a nova norma paralisará o desenvolvimento social e engessará a economia. É a questão mais controversa hoje no Brasil, e o Partido dos Trabalhadores, principal partido da oposição, exige que se faça um referendum pelo qual o povo decida. A coalizão hoje no governo quer evitar a todo custo a democracia direta e quer que todas as decisões sejam levadas ao Parlamento, onde certamente tudo q o governo usurpador golpista encaminhe será aprovado com mínimas correções.
[João Guilherme A. de Farias] Logo após o impeachment de Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer, iniciaram alguns debates a respeito das “rupturas e das continuidades” entre um governo e outro. Engana-se quem enxerga as continuidades apenas por ter sido Temer o vice de Dilma.
[João Guilherme Alvares] Em março deste ano, quando apontei algumas críticas ao mandato do PT no Governo Federal, fiz a seguinte afirmação: “o impeachment trará consequências ainda mais negativas à classe trabalhadora” [1]. Esta leitura, longe de ser um raio profético, encontrava ecos nas análises da conjuntura de organizações políticas sérias da esquerda.
[Maíra Mathias] A juventude brasileira voltou ao primeiro plano de cena política em outubro. Reagindo contra a reforma do ensino médio apresentada pelo governo federal à sociedade como fato consumado através da Medida Provisória 746 e, também contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 que congela os gastos com políticas públicas por 20 anos, os estudantes secundaristas ocuparam suas escolas. Disparadas no início do mês, as ocupações se espalharam rapidamente por todo o país, que já tem mais de mil unidades ocupadas. Ao contrário da primeira leva de ocupações, desta vez os Institutos Federais também aderiram ao movimento. E foi exatamente pelas ocupações dos IFs – vinculados à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC) – que a reação do governo começou. Nesta entrevista, professor da Universidade Federal do ABC, Salomão Ximenes, analisa ponto a ponto as movimentações que tentam, de Brasília, dar um ultimato às ocupações. O especialista em Direito de Estado e membro da Rede Escola Pública e Universidade também esclarece por que o direito à educação, argumento usado pelo governo contra as ocupações, não exclui o direito ao protesto.
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