[Javier Hernández Alpizar] O capitalismo só pode continuar sendo atrativo se renunciarmos à mais elementar consciência e consentirmos que permaneça serrando o caminho em que estamos parados.
Por Ilka Oliva Corado
Tradução de Raphael Sanz
Não sei quantos quilômetros de distância há entre Água Prieta e a fronteira com o Arizona. Não caminhamos em linha reta, a rota foi serpenteando, em instantes parecia que o caminho era para voltar a Água Prieta ao invés de nos dirigir ao Arizona. Sei a quantidade de quilômetros que percorremos porque o coyote levava um aparelho tipo um relógio de pulso que também era uma bússula e mantinha um registro da distância percorrida.
[Por Ilka Oliva Corado Tradução de Raphael Sanz] Chegando ao aeroporto da Cidade do México, passei para a área de migração. O plano estava estudado com cautela e, na ponta da língua, eu iria visitar uma tia que vivia naquela cidade.
[Ilka Oliva Corado, Tradução de Raphael Sanz] Soa o alarme do despertador, são cinco horas da manhã em ponto do dia vinte e sete de outubro do ano dois mil e três. Devo sair dos tíbios lençóis e pegar água gelada do regador: a diáspora aguarda por mim e não devo fazê-la esperar. Não dormi nem um tostão, a noite se foi como uma vela com sopro, contando os segundos, escutando o vento frio soprar entre as fendas da janela do quarto, dei mais de cem voltas no mesmo pedaço de piso, estirando e encolhendo a dor, tratando de enganar-me fingindo que não me dói partir. Escondendo o medo do desconhecido, tratando de guardar em minha memória cada fotografia pendurada em quadros sobre as paredes da sala. Os livros que com sacrifício comprei, o caminho que conduz até Ciudad Peronia, as varinhas do São José do jardim, minha caneca favorita, os entardeceres cor de fogo de outubro, o craveiro vermelho florescendo na da pequena Juana.
O fundador do Partido da Revolução Democrática (PRD) e três vezes candidato à presidência do México, Cuauhtémoc Cárdenas, apresentou nesta quinta-feira (09) uma demanda para que o seu país recupere os territórios tomados pelos Estados Unidos em 1848.
Saem de suas casas: em aldeias, povoados, rincões, fazendas, arrabaldes... sem rumo fixo, como folhas secas arrastadas pelo vento, mortas em vida, caluniadas, golpeadas, abusadas, rechaçadas e estigmatizadas.
As recentes batidas de indocumentados nos Estados Unidos têm despertado o interesse dos meios de comunicação, mas não por que se importem com os direitos humanos dos indocumentados nem com a denúncia do abuso, o fazem porque é pão quente e notícia fresca que se pode aproveitar para um sem-fim de objetivos. Mas esse aproveitamento não vem somente dos meios de comunicação, também são apontados como urgentes por artistas, cineastas, poetas, comunicadores sociais, líderes comunitários e advogados especializados em imigração. A finalidade? Abocanhar o quanto puder do pobre diabo do indocumentado.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comparou o muro que pretende construir na fronteira com o México, com o qual Israel ergueu, separando os territórios palestinos, a fim de evitar ataques terroristas.
Os cidadãos do México iniciaram uma campanha nas redes sociais, apelando aos compatriotas para se recusarem a comprar e consumir produtos que, de alguma maneira, estejam relacionados com a produção norte-americana.
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