Vídeo: Manifestaçom juvenil unitária de 24 de julho.
A primeira mobilizaçom da manhá foi, como cada ano com exceçom do anterior, a convocada em solitário polo BNG, que voltou a ser hegemónico nas ruas com milhares de participantes, se bem com menor número que em anos anteriores.
A "Galiza Viva" que reivindicou a principal organizaçom política do nacionalismo galego voltou a ter umha adesom muito superior ao ato político de Anova, cuja presença institucional vai muito além da sua implantaçom social e, sobretodo, mobilizadora. Coletivos sociais diversos participárom na principal convocatória da jornada.
No ato final da Quintá, palavras de ánimo e reconhecimento às bases presentes, após umha mostra desnecessária, por evidente, de que o Bloque mantém a hegemonia na jornada reivindicativa do 25 de Julho.
Como pano de fundo, como quase sempre, a convocatória de eleiçons autonómicas prevista para o outono, e que também estivo no discurso de X. M. Beiras, acompanhado por outros ex-dirigentes do Bloque, no compostelano parque de Galeras. Salientável a insistência do veterano político em fazer depender o avanço da consciência nacional galega das alianças do seu partido com as forças da esquerda reformista espanhola.
No caso do BNG, a sua jornada prolongou-se durante todo o dia no Cámpus Sul, com atividades culturais, literárias e musicais no FestiGal.
Independentismo "em pé"
Também o independentismo estivo presente na jornada patriótica deste 25 de julho, numha manifestaçom que partiu da Alameda logo a seguir à do BNG, indo concluir na praça do Toural. Sem siglas visíveis e com participaçom plural, a manifestaçom pola independência, ainda reduzida em dimensons, serviu para garantir que essa reivindicaçom nom ficasse fora de um Dia da Pátria marcado polo enfraquecimento geral das forças políticas do campo soberanista.
Convém lembrar que o BNG atravessa um dos piores momentos eleitorais da sua história, sendo o campo de jogo institucional o eixo da sua açom política, enquanto o independentismo perdeu por diferentes motivos várias entidades nos últimos anos: AMI, NÓS-UP e Causa Galiza.
Ao que todo indica, a recomposiçom do soberanismo de esquerda, aparentemente afetado pola irrupçom do "cidadanismo" pró-espanhol, será umha tarefa de longo percurso, que seguramente nom terá a sua garantia nem nas instituiçons nem na autoafirmaçom grupal ou fracional.
Eis umha galeria de imagens das duas manifestaçons referidas nestas linhas (se nom consegues visualizar, click aqui
Ao vivo: Chegam manifestaçons do Dia da Pátria após centenas saem às ruas no 24 de julho
O Diário Liberdade está a realizar um acompanhamento ao vivo. Centenares no dia 24, prévio às mobilizaçons deste domingo.
Às 12:00 começárom as mobilizaçons do dia 25 de julho na capital galega, e às 12:30 está convocada a manifestaçom independentista.
Acompanhamento minuto a minuto do Diário Liberdade [a partir das 18:00 de dia 24 de julho]
Galeria e crónica do dia 24 de julho
Centenas de pessoas saírom às ruas de Compostela na tarde deste 24 de julho, vésperas do Dia da Pátria Galega, para reclamar a independência do país e o fim da repressom espanhola contra militantes e organizaçons independentistas.
Para além do Concerto de Nao e o ato político que a partir das 17:30 houvo em Bonaval, no ato político de Galiza Nova em homenagem a Rosalia de Castro e a Castelao, a primeira convocatória do dia foi a da IX Cadeia Humana pola Liberdade, que a partir das 18:30 decorreu com saída da Praça da Galiza, convocada por Ceivar. Com umha participaçom de mais de 200 pessoas, a cadeia decorreu sob umha forte pressom policial, que em todo o momento tentou ocultar as faixas com as reivindicaçons pola liberdade das presas e presos independentistas e contra o tratamento desumano nas cadeias. Um dos polícias mesmo tentou impedir a normal cobertura jornalística do Diário Liberdade.
Os ánimos quentes das forças repressivas espanholas, com alguns elementos portando nas maos armas de lançamento de bolas de borracha, nom conseguírom que os e as solidárias percorressem as principais ruas do centro histórico da capital, até terminar na Praça do Toural. Lá, fijo-se um apelo a continuar a luita contra "um Estado espanhol a cada vez mais insuportável", e a manter a solidariedade e o trabalho de organizaçons como Ceivar e Que Voltem para a Casa. A política repressiva espanhola impediu, este ano, que umha gravaçom de algum dos presos e presas independentistas fosse reproduzida nesse ato final. Terminou pouco antes das 20:00 com o Hino da Galiza.
Às 20:20, com algumha demora sobre o horário previsto, partia a Marcha juvenil nacional "Galiza somos nós", com saída da Alameda e convocada por Briga, Erguer, Galiza Nova, Isca! e Xeira na quarta manifestaçom unitária juvenil consecutiva, mantendo a adessom de anos passados. No caminho da juventude combativa através da capital galega, os gritos de "Independência" e "Galiza Ceive, Poder Popular" fôrom os mais repetidos. Um boneco representando um burguês foi enforcado precisamente às portas da Confederaçom de Empresários da Galiza, pouco antes de chegar à praça do Toural, ponto final no percurso. Lá falárom representantes das cinco entidades convocantes, dando leitura a um manifesto que destacou a coincidência entre a luita pola liberdade nacional e luita anticapitalista, a necessidade de preservarmos o idioma galego, a confluência de objetivos entre o feminismo e o movimento LGBTI e o independentismo e a necessidade de ultrapassar as políticas educativas espanholas.
(se nom consegues visualizar as galerias abaixo, click aqui
e aqui
Neste momento, os Concertos do Festigal, nas Escadas da Alameda, e a Jornada de Rebeliom Juvenil, no Parque de Belvis e organizado Briga, som os espaços que combinarám até à madrugada diversom e reivindicaçom, antes das mobilizaçons do Dia 25, Dia da Pátria Galega:
12:00 - Manifestaçom "Galiza Viva, Soberania e trabalho". Saída da Alameda. Organiza BNG.
12:30 - Manifestaçom independentista "Em Pé". Saída da Alameda. Regime de autoconvocatória.
14:00 a 21:00- Postos de entidades populares (incluíndo o Diário Liberdade) e artesanato e café concerto no Festigal. Campus Sul. Organiza Galiza Nova e Fundación Galiza Sempre.
16:30 - Concentraçom "Fora Imperialismo da América Latina". Nas Escadas da Alameda. Organiza Mar de Lumes.
A polícia espanhola: entre a repressom e o ridiculismo
A política do medo e a comunicaçom 'de excepçom' vale às forças repressivas do país vizinho para assediar mais um ano a capital galega. Som, ao total, 500 polícias as e os que estám tentando criminalizar e obstaculizar as convocatórias nacionais destes dous dias. A polícia espanhola sobrevoa Compostela desde fai semanas com os seus helicópteros, e nos últimos dias tem aumentado sensivelmente a presença dos elementos armados ("con el arma automáticas (sic) y lista para actuar", como se congratula o panfleto El Correo Gallego).
O pretexto, esta vez, som os ataques armados das últimas datas em vários países europeus, mas um dos alvos chave do aparelho policial é, também, político: a criminalizaçom das manifestaçons independentistas, tal como das suas organizaçons através da perseguiçom e a ilegalizaçom direta. Isso demonstrárom mais umha vez, com umha atitude ameaçadora - que dirigírom diretamente contra um repórter do Diário Liberdade, a quem obstaculizárom enquanto tentava fotografar a Cadeia Humana pola Liberdade - e um desrespeito evidente por distáncias físicas saudáveis.
Em todo o caso, houvo tempo também para o autoridiculismo: "Están colgando una de esas... una de esas... banderas con la estrellita", era a frase que um dos fardados dizia aos seus compañeros quando um jovem pendurava umha bandeira nacional galega num farol. É bom lembrarmos esses comentários para avaliar certeiramente as capacidades de quem temos frente a nós.